Alerta sobre uma grande epidemia de gripe que está a caminho

ALERTA SOBRE UMA GRANDE EPIDEMIA DE GRIPE QUE ESTÁ A CAMINHO

 

Ao ler os artigos sobre a temporada de gripe 2017-18 você verá manchetes mencionando a "possibilidade de um inverno muito rigoroso" e "podemos ter que enfrentar uma péssima temporada de gripe". (Acho que nunca vi uma temporada de gripe que fosse "boa"). Durante as epidemias de gripe, ocorrem casos que exigem internação e até casos fatais.

No hemisfério norte, a estação da gripe 2017-18 está começando agora. Os especialistas alertam que poderemos enfrentar uma grande epidemia de gripe. Nos EUA, a época de maior incidência da gripe começa em outubro e novembro, em níveis baixos que vão aumentando de dezembro a abril. Por ora, a incidência da gripe é baixa, com outros vírus respiratórios em circulação. Aqui a estação da gripe vem depois daquela do hemisfério sul, que ocorre quando é verão nos EUA, e inverno por lá. Verificando quão eficaz é a vacina produzida contra as cepas circulantes no hemisfério sul, teremos uma ideia do que poderá ocorrer por aqui. Em 2017 a Austrália registrou mais de 200 mil casos de gripe, uma incidência maior do que em qualquer uma das temporadas anteriores da gripe. Com base no que ocorre na Austrália, podemos esperar nos Estados Unidos um maior número de casos, mas não é certeza.

Para falarmos de nossa temporada de gripe e da nossa vacina contra a gripe precisamos, antes de tudo, entender como a vacina é produzida. Todos os anos uma nova vacina contra a gripe é produzida. A gripe é causada pelo vírus influenza, e os vírus sofrem alterações, ou mutações, daí

a necessidade de ajustar os componentes da vacina a cada ano. A temporada da gripe é um evento anual, sendo que o hemisfério sul tem sua temporada antes do hemisfério norte. Isto é, quando é verão por aqui, é inverno por lá. Os pesquisadores estudam quais os vírus circulantes, o número de internações e de óbitos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) conta com uma Rede Sentinela com unidades espalhadas em 113 países que, ao longo do ano, coletam informações de vigilância sobre os vírus circulantes, a sua gravidade e a eficácia da vacina com relação a essas cepas. Esses pequenos centros enviam suas informações a um dos Centros de Colaboração da OMS sobre Influenza localizados em: Atlanta GA, Londres, Melbourne, Tóquio e Pequim. Os pesquisadores desses 5 centros reúnem-se duas vezes por ano - em fevereiro e em setembro - primeiro para determinar os componentes da vacina para o hemisfério norte e, na sequência, determinar os componentes da vacina do ano seguinte destinada ao hemisfério sul. Assim, decorre um certo tempo entre a produção das vacinas e o momento em que serão administradas. Os pesquisadores precisam determinar quais serão as cepas predominantes e rezar para que, quando contaminar as pessoas, o vírus não tenha sofrido grandes mutações. É preciso levar em conta que, tratando-se de um vírus que adora uma mutação, há um grande peso do fator de previsão quando se inicia o desenvolvimento da vacina contra a gripe, que se dá com meses de antecedência em relação à sua utilização.

Existem 3 tipos de vírus da gripe: A, B e C. As cepas dominantes que estão começando a circular agora são A H3N2 (Singapura), A H1N1 (Michigan) e B (Phuket). Isso acarreta alguns problemas, pois a cepa H3N2 não corresponde exatamente à H3N2 encontrada na vacina, que é a cepa A H3N2 (Hong Kong). É muito semelhante, mas não é igual. Então vale a pena vacinar-se? Sim, é claro que vale a pena. Pode não ser a vacina ideal, mas proporcionará uma boa cobertura. E, embora possa não corresponder exatamente á cepa do vírus, diminuirá a gravidade da infecção. No hemisfério norte, todos os indivíduos com 6 meses ou mais de idade devem ser vacinados contra a gripe antes do final de outubro. Também devem tomar a vacina as mulheres grávidas, indivíduos com problemas de saúde de base, jovens e idosos. Não apenas para a sua própria proteção, mas também para a proteção daqueles que estão à sua volta e que não podem ser vacinados. Existem algumas providências adicionais que devemos tomar para prevenir a gripe e outros vírus respiratórios:

1. Evite contato direto com outras pessoas.

2. Permaneça em casa quando não estiver se sentindo bem.

3. Cubra a boca e o nariz, espirre na sua manga.

4. Lave as mãos.

5. Lavar as mãos muitas vezes ao dia irá ajudar a protegê-lo contra os germes. Se sabão e água não estiverem disponíveis, friccione as mãos com um gel à base de álcool.

6. Evite tocar a Área T do rosto – Olhos, Nariz e Boca.

7. Crie bons hábitos de saúde

 

Referências

 

1. Here’s why Canada may be in for a miserable 2017-18 flu season. Carmen Chai. Global News

2. Prevention and Control of Seasonal Influenza with Vaccines, 2017-18. CDC cdc.gov/flu

3. Here’s why the 2017 flu season was so bad. Ian M. Mackay, Katherine Arden. http://theconversation.com/here’s-why-the-2017-flu-season-was-so-bad

4. WHO swaps out H3N2, B strains in Southern Hemisphere flu vaccine. Lisa Schnirring CIDRAP News cidrap.umn.edu

5. How Are Seasonal Flu Vaccines Made? Sabrina Stierwalt Quick and Dirty Tips. Com

 

Sobre a Autora

Lisa A. Mack MS, MPH é epidemiologista e pesquisadora de doenças transmissíveis. Além disso, ela é consultora e analista credenciada em HIV em uma clínica de doenças sexualmente transmissíveis (DST) do condado. Ela tem Mestrado em Ciências (Epidemiologia) da Universidade de Massachusetts-Amherst, Escola de Saúde Pública e um Mestrado em Saúde Pública (Epidemiologia) da Universidade de Columbia, Mailman School of Public Health.

Seu interesse atual na pesquisa é a investigação das propriedades antibacterianas dos óleos essenciais a serem utilizados no tratamento de bactérias resistentes a múltiplos fármacos (MRSA, MSSA, Pseudomonas aeruginosa, etc.) no ambiente hospitalar. Ela adora germes, doenças, saúde pública, orientando e capacitando as pessoas sobre cuidados de saúde e bem-estar. Tudo para a Saúde Pública!



TOPO